YARA PINA por Glayson Arcanjo Foto: acervo Yara Pina Yara Pina dialoga em seus trabalhos com a performatividade partindo de ações que buscam...
YARA PINA
por Glayson Arcanjo
Yara Pina dialoga em seus trabalhos com a performatividade partindo de ações que buscam deixar índices de um corpo que agiu “aqui”. Em seus trabalhos, a ação está depositada nos objetos por ela escolhidos, organizados e reorganizados no espaço – a cadeira, o espelho, a vassoura, o balde, a moldura – buscando estabelecer relações de proximidade entre esses objetos e outros importantes materiais recorrentes em seu processo, o carvão e o papel. O carvão, por sua vez, é encontrado em diferentes estágios, seja bruto, em pó ou até mesmo resultado da carbonização de objetos, é uma das formas encontradas pela artista de potencializar o uso e propriedades deste material além de investigar novas formas de inserir o movimento de seu corpo (Ao rasgar uma tela preenchida com carvão em pó, a artista escurece toda atmosfera do espaço físico, trazendo a escuridão).
Se por um lado, seus trabalhos podem ser considerados desenhos, por outro, eles fogem da linearidade, uma vez que a linha desenhada não está presente. O que presenciamos em suas obras é o resultado final do esforço físico do corpo inscrito com a matéria. Suas inscrições são temporalidades sobrepostas, ação sobrepondo ação, tempo sobrepondo tempo. A gestualidade, em sua dimensão performativa, explorada pelo próprio corpo da artista tem como consequência transformar os “corpos” de outros objetos. Cadeiras e molduras carbonizadas são utilizadas para deixarem inscrições através das ações de jogar, arremessar, raspar, golpear. Uma vez atingindo a superfície, os objetos têm seus “corpos” modificados, enquanto a superfície parietal – aqui entendida também como um terceiro corpo – retém as marcas do processo de destruição do objeto.
O processo de tal violência, inscrita muitas vezes nas marcas e nos objetos, ora modificados ora violados e destruídos, termina em intervenções e instalações, em outras palavras, apresenta o resultado das ações que colocaram em jogo diferentes corpos: o corpo-artista, o corpo-objeto e o corpo-superfície.
Texto publicado no site 365 artistas sobre o trabalho da artista Yara Pina.
http://www.365artistas.com.br/2012/11/yara-pina/
por Glayson Arcanjo
Foto: acervo Yara Pina
Yara Pina dialoga em seus trabalhos com a performatividade partindo de ações que buscam deixar índices de um corpo que agiu “aqui”. Em seus trabalhos, a ação está depositada nos objetos por ela escolhidos, organizados e reorganizados no espaço – a cadeira, o espelho, a vassoura, o balde, a moldura – buscando estabelecer relações de proximidade entre esses objetos e outros importantes materiais recorrentes em seu processo, o carvão e o papel. O carvão, por sua vez, é encontrado em diferentes estágios, seja bruto, em pó ou até mesmo resultado da carbonização de objetos, é uma das formas encontradas pela artista de potencializar o uso e propriedades deste material além de investigar novas formas de inserir o movimento de seu corpo (Ao rasgar uma tela preenchida com carvão em pó, a artista escurece toda atmosfera do espaço físico, trazendo a escuridão).
Se por um lado, seus trabalhos podem ser considerados desenhos, por outro, eles fogem da linearidade, uma vez que a linha desenhada não está presente. O que presenciamos em suas obras é o resultado final do esforço físico do corpo inscrito com a matéria. Suas inscrições são temporalidades sobrepostas, ação sobrepondo ação, tempo sobrepondo tempo. A gestualidade, em sua dimensão performativa, explorada pelo próprio corpo da artista tem como consequência transformar os “corpos” de outros objetos. Cadeiras e molduras carbonizadas são utilizadas para deixarem inscrições através das ações de jogar, arremessar, raspar, golpear. Uma vez atingindo a superfície, os objetos têm seus “corpos” modificados, enquanto a superfície parietal – aqui entendida também como um terceiro corpo – retém as marcas do processo de destruição do objeto.
O processo de tal violência, inscrita muitas vezes nas marcas e nos objetos, ora modificados ora violados e destruídos, termina em intervenções e instalações, em outras palavras, apresenta o resultado das ações que colocaram em jogo diferentes corpos: o corpo-artista, o corpo-objeto e o corpo-superfície.
Texto publicado no site 365 artistas sobre o trabalho da artista Yara Pina.
http://www.365artistas.com.br/2012/11/yara-pina/